A cor na arte

28º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira

No início deste mês fiquei muito feliz com uma ligação do Museu da Casa Brasileira, informando que a minha tese de doutorado havia sido selecionada e está entre os finalistas do 28º Prêmio Design. Defendida em 2012 na FAU USP, A cor inesperada: uma reflexão sobre os usos criativos da cor¹é o suado resultado da minha pesquisa de doutorado, que teve a orientação desafiadora do querido Silvio Dworecki.

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Capa da minha tese e cartaz de divulgação do 28º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira

O Museu da Casa Brasileira, renomada instituição cujo prêmio incentiva o design nacional, recebeu nesta 28ª edição mais de oitocentas inscrições de projetos, em oito categorias do design: mobiliário, utensílios, iluminação, têxteis, equipamentos eletroeletrônicos, equip. de construção, equip. de transporte, trabalhos escritos publicados, além de suas modalidades protótipos e trabalhos escritos não publicados.

Para a avaliação foram estabelecidas duas comissões independentes, com coordenação de Marcos da Costa Braga para os trabalhos teóricos, e com João Bezerra de Menezes para os produtos. Integraram o juri 52 profissionais de formações diversas, ligados ao design e à arquitetura, pertencentes à indústria, universidades e escritórios de projeto, que tiveram como desafio eleger em duas fases o melhor do atual design nacional, selecionando os 64 finalistas que participam desta exposição.

O conteúdo completo sobre os premiados e os finalistas será divulgado no próximo dia 27 de novembro (QUINTA), às 19h30, na cerimônia que homenageia os participantes e marca o coquetel de abertura da exposição, com o resultado de 2014.²

A entrada é franca e aberta ao publico. Fica aqui a dica e o convite para quem quiser conferir as inovações do design nacional!

Endereço: Av. Brig. Faria Lima, 2705 São Paulo SP – tel (11) 3032-3727
www.mcb.org.br

Nota 1: Este trabalho ainda não foi publicado. Em 2006, um outro trabalho meu – A cor no processo criativo – também ficou entre os finalistas do Prêmio Design. Este último, publicado pela Editora Senac-SP, pode ser encontrado nas principais livrarias ou adquirido no site do Universo da Cor (clique aqui para acessar a página do livro).

Nota 2: No dia 28 de novembro, às 19h, João Bezerra de Menezes e integrantes da comissão julgadora (Artur Mausbach, Cristiane Aun, Fernando Bottene, José Renato Kehl, José Roberto Calejo, Marco Túlio Boschi, Mônica Moura, Robinson Salata, Sergio Casa Nova e Vitor Penha) recebem o público para uma visita especial à mostra 28º Prêmio Design MCB. O 2º Encontro com o júri apresenta o ponto de vista da comissão sobre os trabalhos eleitos e o design brasileiro nesta edição.

Cursos e workshops!, estamparia, Moda

A cor faz toda diferença na estamparia

Por Lilian Ried Miller Barros

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A composição das cores é sempre determinante no campo abrangente da comunicação visual, da arquitetura ao design de objetos. Mas quando falamos especificamente das estampas sobre tecidos ou qualquer outra superfície – destituída da visão tridimensional -, então a cor torna-se o elemento chave para o sucesso do produto. Na indústria de confecção, assim como em toda cadeia do setor têxtil e do vestuário, as cores e os padrões dos tecidos estampados são frequentemente o diferencial das coleções.

Podemos pensar na composição de cores como a alma da estampa. Com as cores o desenho ganha “sabor” e “aroma”, permitindo que a leitura do motivo estampado aconteça dentro de uma atmosfera que nos remete a inúmeras associações e sensações.

Cores e padrões que encantam o olhar

O sucesso de uma estampa – seu poder de atração e sedução do olhar – , vai muito além da paleta de cores sugerida por tendências internacionais, ou por pesquisas de mercado. A simples transposição das cores de uma paleta para um padrão estampado pode destacar elementos indesejáveis, prejudicando a visão do conjunto ou comprometendo a leitura do motivo. Cada padrão apresenta um jogo complexo de combinações possíveis, e uma boa solução de cores depende do estudo de nuances apropriadas para o desenho escolhido. Muitas vezes, o estudo de cores pode sugerir alterações no desenho e vice-versa.

Além disso, os contrastes entre as cores definem preferências pessoais, estados de espírito e a valorização de determinados estilos de vida. No curso que eu ministro no Universo da Cor  – A COR na estamparia -, proponho aos alunos criar variantes da estampa que entrem em sintonia com diferentes atitudes e estilos. Mesmo limitando-nos às cores que dominam as estações, como os tons mais claros e intensos para primavera-verão e tonalidades menos saturadas e mais escuras para outono-inverno, é possível projetar as variantes de cores de cada coleção considerando diferentes preferências em relação aos contrastes. O universo de possibilidades dos contrastes de cor é, de fato, ilimitado.

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O design de superfícies

A arte de criar e colorir um padrão estampado é bastante desafiadora. O designer precisa estar atento aos diversos efeitos visuais dos elementos gráficos que causam ilusões de ótica. Inovação e harmonia dependem de estudos de contrastes que envolvem um profundo conhecimento do sistema visual humano. Evitar contrastes que causem desconforto visual, como ofuscamento, embaralhamento ou a percepção de bordas instáveis, é o primeiro passo. O equilíbrio de tonalidades, a legibilidade dos padrões e associações inusitadas de cores promoverão uma percepção prazerosa e ao mesmo tempo instigante do produto. Não é atoa que recentemente esta arte de criar padrões coloridos ganhou o nome de design de superfícies.

Atendendo à necessidade deste setor, o curso A COR na estamparia é oferecido regularmente (1 vez por semestre) no Universo da Cor, em São Paulo, esclarecendo as dúvidas dos designers de superfície sobre os efeitos dos contrastes de cor na elaboração das estampas.

Este curso acontecerá nos dias 15 e 16 de maio/2018, terça e quarta (terça das 9 às 18h, e quarta das 9 às 13h). Local: Universo da Cor, R. Afonso de Freitas, 721 – Paraíso (próx. à Av Paulista) – São Paulo – SP.  Veja a seguir algumas fotos do curso, nas quais os alunos desenvolvem exercícios de seleção de cores. Para saber mais sobre este curso, acesse o site do Universo da Cor (http://www.universodacor.com.br/cor-estamparia/).

 

 

O Universo da Cor também oferece outros cursos específicos que contribuem ao design de estampas. Confira os links abaixo para conhecê-los:

Projetando com a COR

Círculo Cromático

A COR na estética pessoal

Estampas coordenadas

Técnicas para criação de estampas

Veja também neste blog fotos dos cursos do Universo da Cor.

Cursos e workshops!, Descanso para os olhos, Design de interiores, estamparia, Inspiração, Moda, Testes de cor

O fenômeno da COR e seus mistérios

Curso Projetando com a COR / Universo da Cor, São Paulo, mar2014

A percepção da cor é um fenômeno decorrente da especialização da visão humana, também presente em outras espécies de animais, como pássaros, primatas, insetos e peixes.

Por ser a cor inerente ao nosso universo visual, às vezes não nos damos conta de como a sua percepção é suscetível a alterações e efeitos curiosos.

 

Mas quem faz uso constante das composições de cores em seus projetos sabe como dá trabalho elaborar combinações agradáveis, evitar situações ofuscantes e balancear os contrastes.

Frequentado por designers, fotógrafos, arquitetos e profissionais da moda, o curso Projetando com a COR amplia a percepção das relações entre as cores a partir das constatações da neurociência e contribui para a elaboração de composições sedutoras, assegurando a boa legibilidade dos contrastes de cor. É essencial para quem precisa garantir o conforto visual, sem perder horas e horas com o método da tentativa e erro.

Não se trata de um curso que oferece receitas prontas de combinações de cores, mas de um treino visual que permite compreender a dinâmica dos contrastes.

Curso Projetando com a COR / Universo da Cor, São Paulo, set/2013
Curso Projetando com a COR / Universo da Cor, São Paulo, set/2013

É muito gratificante para mim, que ministro esse curso há mais de 14 anos, observar o espanto e a descoberta na expressão dos alunos durante os exercícios com placas coloridas (kit Projetando com a COR).

O sorriso e a satisfação desses profissionais das áreas de comunicação visual, ao perceberem o alcance de conceitos como “contraste simultâneo” ou “interatividade cromática”, é sem dúvida o que mais me estimula nesta atividade didática.

Curso Projetando com a COR / Universo da Cor, São Paulo, set/2013
Curso Projetando com a COR / Universo da Cor, São Paulo, set/2013

A próxima turma será agora em final de agosto:
Últimas vagas – sexta e sábado, 29 e 30/agosto/2014, no Universo da Cor, em São Paulo!
*Obs.: Aproveite para pagar a matrícula com desconto até o dia 31/julho!

Mais informações (valores, inscrição e matrícula):
http://www.universodacor.com.br/cursos-e-eventos/68/programa/projetando-com-a-cor.html

Veja, aqui mesmo no Blog, + fotos das últimas turmas

Curso Projetando com a COR, realizado em março/2014 no Universo da Cor Centro de Estudos e Pesquisas sobre as Cores
Curso Projetando com a COR / Universo da Cor, São paulo, mar/2014

Conheça outros cursos oferecidos pelo Universo da Cor, em São Paulo!

Cursos programados
http://www.universodacor.com.br/cursos-e-eventos
Cursos em breve:
http://www.universodacor.com.br/cursos-e-eventos/programas/em-breve.html

A cor na arte

A materialidade da cor na obra de Taisa Nasser

por Lilian Ried Miller Barros¹

Texto criado para a exposição de Taisa Nasser em Berlim / Universo da Cor, São Paulo-SP / 27 de março de 2013

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PHARMAKON ATHANASIAS – Taisa Nasser

Graças à neurociência, a percepção da cor pode ser compreendida hoje no contexto amplo do sistema visual humano, envolvendo não apenas a primeira etapa de sensibilização da retina por sinais luminosos, mas também os processos cerebrais de construção das imagens e reconhecimento dos objetos². Essa perspectiva de análise da percepção da cor nos permite refletir sobre os efeitos visuais das obras de Taisa Nasser, concebidas em sua proposta artística intitulada “Lucidez”.

Nosso sistema visual constrói a sensação da cor por meio de complexos processos neurobiológicos. A cor é um fenômeno inerente ao olhar humano – informação essencial à nossa apreensão do mundo visível –, e é o resultado de um longo processo evolutivo. “Grande parte dos mamíferos não enxerga as cores, ou melhor, não as diferencia. Eles possuem apenas o sistema visual denominado pela neurobiologia como “where system” (sistema onde), especializado na percepção de luz e sombra e nas construções de movimento, espaço, posição, profundidade, distinção figura-fundo e organização global da cena visual. Já o “what system” (sistema o quê) – sistema de informação visual associado à distinção das cores –, que é bem desenvolvido nos primatas e em nossa espécie, formou-se a partir de um processo evolutivo mais recente que se sobrepôs ao primeiro (sistema onde), conferindo-nos também a capacidade de distinguir os comprimentos de ondas, reconhecendo cores e objetos (incluindo rostos). Esses dois sistemas visuais paralelos extraem informações distintas do ambiente e constroem, em diversas áreas especializadas do nosso cérebro, todas essas dimensões do visível.”³

Efeitos de vibração de cores e sensações de ilusão de ótica têm sido explorados em diversas correntes artísticas, basta lembrar os fauvistas (Matisse, Derain), a Op Art (Vasarely, Albers), ou mesmo Rothko. Essas sensações de cores que se desprendem da tela, vibram e resistem à localização espacial, provocando o engano dos sentidos, ocorre quando o sistema onde está inoperante, ou seja, quando não há diferença suficiente de luz e sombra entre as áreas de cor para ativar a nossa percepção de espaço, profundidade. “As estampas em cores saturadas da estética psicodélica nos anos 70, sugerindo movimento e efeitos visuais que remetiam aos efeitos alucinógenos, assim como a luminosidade incomum da pintura impressionista e pontilhista, são exemplos desses encontros de cor, que, desprovidos de contraste de luminância, provocam certa vibração.”³

Nas obras de Taisa Nasser a apreensão da cor não se desconecta da percepção do espaço. Suas “pinceladas” são porções de matéria que projetam sombras e revelam texturas, permitindo a percepção de volumes e ativando assim tanto o sistema o quê como o sistema onde. Ou seja, na presença simultânea das diferenças de cor e profundidade acionamos ao mesmo tempo a percepção espacial e o reconhecimento das cores, de maneira semelhante à contemplação de uma paisagem. No contexto visual dos seus quadros, a cor não é explorada em seus efeitos ilusórios como fizeram os movimentos artísticos comentados acima. Ao contrário, na obra de Taisa, a cor é tratada como substância – essência –, e percebida como parte integrante e indissociável da matéria, sensível e concreta. Neste sentido podemos falar de uma materialidade da cor em seu trabalho, que encontra ressonância no conceito de “Lucidez” proposto pela artista, já que o sistema visual é convocado de forma global ao captar cor e espacialidade no contexto da tela, promovendo uma compreensão visual “palpável”, despertando a clareza dos sentidos. Podemos apreciar esse efeito nas obras L’ASPIRATION A L’ABSOLUT II  que mostramos a seguir e PHARMAKON ATHANASIAS (imagem no início do texto).

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L’ASPIRATION A L’ABSOLUT II – Taisa Nasser

David Batchelor nos alerta para a existência, ainda que não declarada, de um desprezo ou medo da cor (cromofobia) persistente na cultura ocidental (4). Somos levados a interpretar a cor como um estímulo de valor inferior ao da percepção da forma. A evolução da tecnologia química das tintas, corantes e pigmentos tornou possível a aplicação de cores intensas e saturadas sobre qualquer superfície, mascarando a sua aparência natural. Neste sentido, surge a ideia de que a cor é algo abstrato, desvinculado da essência das coisas. Wittgenstein já ressaltava a existência de diferentes “naturezas das cores”: “parece existir o que se chama ‘cores de substâncias’ e ‘cores de superfície’. Os nossos conceitos de cor referem-se, por vezes, à substância (a neve é branca), por vezes, à superfície (esta mesa é castanha), por vezes, à iluminação (a luz avermelhada ao anoitecer), por vezes, aos corpos transparentes” (5).

Taisa busca esse elo entre cor e essência que anda esquecido na cultura ocidental. Em oposição ao nosso condicionamento à contemplação da realidade virtual nas telas planas dos aparelhos eletrônicos, a materialidade da cor atrai e prende o olhar nas suas composições. Por um lado, as cores em suas sutis tonalidades qualificam e diferenciam a matéria, e por outro, a matéria, tendo em sua composição o pigmento, confere à cor seu ar de substância.

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Taisa Nasser e Lilian Ried Miller, em frente a uma de suas obras, expostas na Galeria Des Arts – Bar des Arts – Alchemie, 26 de setembro de 2013 (Fonte: http://www.taisanasser.com.br/2013/10/galeria-des-arts-bar-des-arts-alchemie_5.html)
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Detalhe / Fonte: http://www.taisanasser.com.br/

Notas:

1 – LILIAN RIED MILLER BARROS, doutora em design e arquitetura pela Universidade de São Paulo (FAU USP) com enfoque nos usos criativos da cor, autora do livro “A cor no processo criativo” (Ed. Senac, São Paulo: 2006), hoje em sua quarta edição, e adotado como bibliografia fundamental em cursos sobre composição de cores por diversas instituições de ensino no Brasil. Professora e palestrante sobre a percepção e composição de cores em instituições e empresas, dirige o Centro de Estudos e Pesquisas sobre as Cores Universo da Cor (www.universodacor.com.br) em São Paulo, que atende profissionais nas áreas de design, arquitetura e moda. Participou do curso de especialização International Colour Design Workshop, pela NCS Colour Academy / FÄRGSKOLAN, Suécia, 2011. (Currículo Lattes)

2 – David HUBEL, Margaret LIVINGSTONE, V. S. RAMACHANDRAN.

3 – BARROS, Lilian Ried Miller. “A cor inesperada: uma reflexão sobre os usos criativos da cor”. Tese de Doutorado/ Área de concentração: Design e Arquitetura – FAU USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Orientador: Silvio Melcer Dworecki. São Paulo, 2012.

4 – BATCHELOR, David. 2000. “Chromophobia”, Reaktion Books Ltd, London.

5 – WITTGENSTEIN, Ludwig. 1977. “Anotações sobre as cores”, edição bilíngue, tradução Filipe Nogueira e Maria João Freitas, Lisboa: Edições 70 Ltda. P.115, §254-255

Sites de Taisa Nasser:
www.taisanasser.com; www.taisanasser.com.br

A cor na arte, Livros I COR

A cor no processo criativo

Já em sua 4ª edição, “A COR NO PROCESSO CRIATIVO” é um livro bastante conhecido em escolas de arte e design.

No ano de seu lançamento pela editora Senac-sp, em 2006, foi selecionado pelo Museu da Casa Brasileira para a exposição do 20° Prêmio Design na categoria trabalhos escritos.

Sinto uma grande satisfação em relação a este trabalho, principalmente quando estudantes, arquitetos, designers ou consultores de imagem me contam o quanto a sua leitura lhes foi útil e esclarecedora.

Trata-se em síntese de um livro sobre a cor que aborda os processos criativos. O texto é bastante acessível e parte de muitas imagens para falar de Goethe, da Bauhaus e seus mestres pintores.

Na época da pesquisa de mestrado, eu criei ilustrações e esquemas cromáticos para compreender e expor as teorias de Itten, Kandisnky, Klee e Albres. Acredito que este esforço para redesenhar os esquemas gráficos destes mestres da cor tenha contribuído para tornar o livro mais didático e interessante.

Voltado à atividade criativa, o livro oferece uma visão abrangente do uso das cores que não se restringe apenas aos aspectos técnicos ou físico-químicos do fenômeno cromático, nem recai no dogmatismo das superstições e preconceitos que cercam a maior parte das publicações sobre psicologia das cores.

Procurei compreender os processos de assimilação das cores pelo sistema visual humano, assim como fizeram Goethe e os mestres da cor. As teorias da Bauhaus relatadas no livro nos mostram como as relações entre as cores que caracterizam o nosso sistema visual podem ser apropriadas pela linguagem plástica para cooperar com a transmissão de sentimentos, sensações e mensagens.

Para uma apresentação mais completa do livro, transcrevo a seguir o release da primeira edição, providenciado na época do lançamento pela editora Senac-sp:

“A cor é um fenômeno que exerce fascínio, desperta interesse e deslumbramento nas pessoas. Quem trabalha com fotografia, arte, cenografia ou qualquer área da comunicação visual conhece sua importância no processo de criação e composição da imagem.

Para mostrar que o estudo das cores pode ultrapassar as abordagens intuitivas ou místicas até então realizadas no Brasil, a arquiteta e urbanista Lílian Ried Miller Barros escreveu A Cor no Processo Criativo – um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe, lançamento da Editora Senac São Paulo para a 19ª Bienal Internacional do Livro, em 2006. A pesquisa inédita no país apresenta um diagnóstico da influência, da percepção e dos sentimentos humanos na escolha dos tons e combinações.

Fruto de uma dissertação de mestrado desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU – USP), o livro faz uma análise sobre a Bauhaus – famosa escola de design alemã –, que concebeu a cor como ferramenta criativa, pensando-a paralelamente ao ensino das formas. A autora reúne o pensamento de artistas que fizeram parte dessa doutrina como Paul Klee, Josef Albers, Johannes Itten e Wassily Kandinsky, mostrando suas reflexões sobre a comunicação visual e suas metodologias didáticas, que enriqueceram o ensino das artes. Os representantes da Bauhaus uniram questões subjetivas, experiências pessoais e técnicas de libertação criativa às teorias das cores.

A obra também aborda as questões relativas à percepção da cor pelo ser humano e as distorções e adaptações do nosso aparelho visual conhecidas como ilusões de ótica. Uma das premissas da didática da cor na Bauhaus era justamente trazer à tona as leis da percepção visual humana como fator determinante do conceito de harmonia cromática.

Para traduzir estas teorias, a autora desenvolveu e adaptou muitas ilustrações,  algumas inéditas, que facilitam a compreensão do leitor.

Por fim, no último capítulo, o livro investiga a Doutrina das Cores de Goethe, que abriu novas portas para o conhecimento das cores no século 18 e serviu como base para os mestres da Bauhaus e outros estudos que se seguiram. Goethe foi o primeiro a entender a cor como um fenômeno fisiológico e psicológico e não apenas físico como proposto anteriormente por Isaac Newton.”

O livro A cor no processo criativo encontra-se à venda nas maiores livrarias do país.

Valor do livro (sugerido pela editora): R$ 119,00